quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Snopes

Como nem sempre tenho coisas interessantes para dizer (sim, pode surpreender-vos mas também me acontece a MIM) e não quero deixar o blog perecer, vou-vos deixando de vez em quando algumas sugestões de sites que considero engraçados ou úteis, na esperança de vos agradar ou, pelo menos, surpreender.

Hoje apresento-vos o www.snopes.com (mas porque é que não consigo fazer a hiperligação?) , um site que desmistifica (ou confirma) toda uma variedade de mitos. Estes estão divididos por tópicos (filmes, sexo, história, crime…), sendo que por vezes um mito se repete em várias secções.

Desconheço, confesso, até que ponto o site se baseia em factos concretos; algumas das histórias estão justificadas de forma mais coerente que outras. Mas é uma boa sugestão para os curiosos, como eu.

E serve sempre como um bom desbloqueador de conversa, muito melhor que o estado do tempo ( há por aqui alguém que vai achar piada a esta :) )

terça-feira, 30 de outubro de 2007

Cão com Bola, by J





Apesar deste ser um blog acima de tudo baseado no discurso verbal, não resisto a deixar-vos, aqui e ali, algumas fotos de que goste particularmente ou que reportem a situações interessantes ou especiais. Até para irem respirando fundo no meio de tanta ironia, crítica e humor negro que, pelo que já devem ter percebido, vão ser a tónica do meu blog.


Neste caso, quero apenas apresentar o meu cão mais novo (o meu maaaiiii novo), o Tobias, em todo o esplendor do seu charme :)

"É Tarantino..."

O meu professor de produção de eventos, João Sachetti ( um verdadeiro dinossauro no mundo da produção, tendo estado envolvido em projectos como a Expo98, no Dakar, no Estoril Open…) transmitiu-nos, logo na primeira aula a seguinte ideia:

“A produção é fundamental para o vosso sucesso. A ideia pode não ser boa, mas se tiver a produção certa, resulta. Já se tiverem um conceito fabuloso, com uma produção fraca, o vosso evento vai ser um fracasso”. Bom, ponhamos de parte a generalização, que pode ser perigosa, e continuemos. Ao dizer isto, deu o exemplo do cinema, em que grandes produções atraem grandes quantidades de pessoas, ainda que o enredo do filme seja fraco.

A maior parte das pessoas associaria o exemplo a filmes como o Armaggedon. Sim, eu também fiz essa associação, mas fiz outra, bem menos consensual. Lembrei-me imediatamente do Death Proof, do Quentin Tarantino. (Desculpem lá estar a falar de um filme tão “antigo” mas quando ele saiu o meu querido blog ainda era um embrião e ando com isto entalado).

Antes de me caírem todos em cima, devo dizer-vos que gosto bastante de grande parte dos filmes do senhor (até de alguns menos conhecidos, como o Quatro Quartos). Como apreciadora de humor negro e ironia, seria impossível não gostar. Agora, convém que o filme tenha, hum, bom… história!

Sim, o problema pode ser meu. Se calhar não podia ir com expectativas muito elevadas para um filme em que o realizador (que, neste caso, também foi argumentista e produtor) pretende fazer “a melhor perseguição de carros de sempre”. Mas pronto, era o Tarantino, tinha de ir ver. Ou seja, caí na esparrela.

Não quero armar-me em crítica de cinema (apenas em crítica, hehe) mas, na minha opinião, as duas horas e meia que se seguiram foram de enredo vazio, pontuado por personagens cliché e desinteressantes. O Kurt Russel revelou-se um Stuntman Mike mais patético que assustador. E a supostamente sensual Jungle Júlia tinha um ar tão lânguido que parecia estar meio a dormir.

Críticas à parte, o filme teve pormenores de que gostei. Gostei da cena do primeiro acidente; alguns aspectos de filme série B e Grindhouse estavam interessantes, bem como alusões descaradas a outros filmes do Tarantino (como o assobio no telemóvel). Mas pronto, fiquei por aí.

Agora, curiosamente (ou não, porque sou uma pessoa famosa, popular e amada por muitos) encontrei um amigo, que não via há muito tempo, na sala de cinema. No fim do filme, enquanto tentava segurar o queixo, que insistia em descair, perguntei-lhe se tinha gostado. Ele lança-me um olhar de ligeiro enfado perante a pergunta demasiado óbiva e desnecessária e diz, como se não houvesse margem para dúvidas: “É Tarantino…”.

E eu pergunto: “E então?”.

Nos dias que se seguiram, comentei o filme com outras pessoas. Quase toda todas gostaram. Algumas salientaram o aspecto “entertaining” do filme, que eu não refuto. Outras admitiram que não era dos melhores dele mas que se via bem.
Agora, com os restantes 70%, a conversa seguia mais ou menos assim:

“Gostaste do Death Proof?”
“É Tarantino”.
“Mas gostaste?”,
“Bom, a primeira parte (ou seja, cerca de metade do filme) era um bocado chata, mas a segunda perseguição é gira”
“Mas não achaste que a história era um bocado vazia?”
“É Tarantino”

Pessoal, o Rei vai nú! Não precisam de gostar só porque é do Tarantino.

E aqui entra a minha tese, que vai ao encontro da do meu professor. Não fosse a produção do filme (e o grande nome associado a ela); não fosse o facto de o realizador ser já um produto que vende automaticamente, as pessoas que dão o argumento “È Tarantino” teriam simplesmente achado o filme medíocre ou mesmo mau.

Sim, mais uma vez reconheço que também eu fui atraída pelo nome; é inevitável, tudo isto faz parte da máquina da indústria do cinema em particular e do entretenimento em geral. Não pretendo criticar ninguém por ter gostado do filme, crítico apenas os argumentos pessoais tão vazios como o argumento do filme.

Mas aposto, e adorava fazer esse estudo, que se o filme fosse feito por um realizador igualmente famoso mas de quem é “aceitável” não gostar, todas estas pessoas teriam ido ver à mesma, mas a grande maioria não teria gostado.

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

ah mas tu lês?

O livro é um objecto que me acompanha em quase todos os momentos da minha vida. ( sim, casa de banho incluída, confesso. Detesto “tempos mortos” e acho que deviam inventar livros em plástico, como os dos bebés, para ler no duche).

Este facto, que parece tão banal, já causou diversos incidentes interessantes na minha vida. Por duas vezes influenciou de forma positiva a decisão de empregadores em entrevistas de trabalho.

Ora, o último episódio ocorreu há dois dias, no meu emprego novo. Estou a ler um livro do Leon Uris sobre experiências médicas nos campos de concentração nazi (assim uma coisinha leve para me por bem disposta logo de manhã).

O livro é emprestado e está em bastante mau estado. Ora, estava eu toda contente a lê-lo na minha hora de almoço quando alguns colegas foram ter comigo para “socializar” (e eu que estava tão sossegadinha, sem fazer mal a ninguém). Nisto uma colega pergunta-me se estava a ler aquilo para a escola. Estou mais que habituada a esta pergunta e a resposta é sempre um curto: “não, é mesmo por vontade própria”. Ela tentou disfarçar o espanto que tomava conta dela, argumentando: “Ah, é que está muito velhinho e geralmente só os livros da escola é que ficam assim”.

Ah pois, claro. Faz todo o sentido. Os livros “pessoais” têm de estar bem tratados, os da escola, esses sim, já podem ter as folhas amarelas e a capa a cair. Como é que não me lembrei deste código de conduta antes? Já que cometemos a loucura de comprar um livro SEM SER OBRIGATÓRIO, ao menos que este esteja apresentável e, de preferência, que tenha uma capa bem bonitinha.


O episódio fez-me lembrar imediatamente um outro, numa viagem de expresso para Alcobaça. Felizmente não enjoo, e lá tinha eu o meu livrinho para me entreter nos dez minutos até à entrada para a Auto-Estrada, altura em que já estaria a dormir, certamente.

Ao meu lado estava uma rapariga que, ao contrário de mim, estava cheia de vontade de fazer amigos novos. E tinha uma revista Maria na mão… O meu ligeiro snobismo entrou logo em alerta e pensei: “estou tramada!”. Depois dos habituais desbloqueadores de conversa, ela pergunta-me o que estou a ler. Levanto o livro e digo: “Ensaio sobre a Cegueira, do Saramago”…

… A rapariga não me dirigiu mais a palavra durante a viagem inteira.

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

O Porquê

Pois é, cá estou eu convertida à bloggosfera, depois de lhe ter andado a resistir durante muito tempo. Confesso que nunca fui grande fã de expressar publicamente as minhas opiniões por escrito e sempre tive a ideia de que um blogg meu seria bastante desinteressante. Fruto também de uma certa timidez disfarçada sob o meu humor irónico e o meu ligeirissimo mau feitio

No entanto, nos últimos tempos, vários factores me levaram fazer alguns esboços mentais no sentido de criar uma coisita destas. Nomeadamente razões tão poéticas como as seguintes:

1- Ter demasiado tempo nas mãos. Neste momento tenho um "fantástico" trabalho de secretária das 9h às 18h. Sou paga para executar, não para pensar. Ou seja, tenho de combater a minha estupidificação. Uma vez que é numa empresa de automóveis que abriu há dois dias, não há carros vendidos, logo, não tenho praticamente nada para fazer.

2- O meu irmão tem um blogg, por isso eu também quero ter um.

Tomada a decisão de criar o blogg veio a questão do maldito título. Sempre tive dificuldade com títulos, o que não é muito bom para uma jornalista.

Acabei por escolher "Intermitências" como título provisório porque, no fundo, é esta a palavra que tem definido a minha vida (assunto que decerto será alvo de longos monólogos neste blogg). Quer a nível pessoal, como profissional, tenho tido uma vida intermitente, que parece demorar em arrancar de vez. Nem sempre é mau e este saltar de flor em flor já me proporcinou alguns prazeres inesperados... mas isso são conversas para outra altura... Quanto ao título, aceito sugestões. Nao podia adiar por mais tempo o blogg por causa do raio do título.

Parece que há para aí mais alguém com uma vida freelancer porque o link "intermitências" já estava ocupado, daí ter optado por http://linkemconstrucao.com porque era o mais verdadeiro. talvez um dia mude talvez não.

Nem sequer me preocupei muito com o modelo, escolhendo o que me parecia menos mau e mais simples, daí o ar asséptico do blogg.

Bem, finda a introdução, espero que apreciem as bagatelas escritas num blogg que não pretende mudar o mundo da bloggosfera mas apenas manter-me mentalmente sã e dizer ao meu irmão: eu também tenho um.