quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Andam a brincar com quem estudou?

Na minha constante demanda por um futuro melhor, deparei com um anúncio de emprego que tenho de partilhar para melhor explicar a quem (felizmente) não passa por isto como estão as coisas em Portugal. E a frustração que é deparar com este estado de coisas.

Aparentemente, esta empresa acha que as pessoas que andaram 4 ou 5 anos a estudar para Comunicação Social ou em Ciências Sociais servem para fazer telefonemas.

Ainda para mais, assiste-se, mais uma vez, ao camuflar de uma função de m****a com um nome pomposo.

E o mais irónico é que, para a minha geração, o ordenado até nem é mau de todo.

Roça o vergonhoso.




ASSISTENTE CORPORATE

MISSÃO:

- Contactar clientes e confirmar dados que constam de uma base de dados em Excel.

PRINCIPAIS TAREFAS/ RESPONSABILIDADES:

- Confirmar e corrigir informação das bases de dados de clientes e prospects empresariais.

REQUISITOS:

- Formação superior em Comunicação, Ciências Sociais ou áreas similares;
- Experiência profissional em telemarketing ou experiência em funções que exigiam o contacto com Clientes;
- Sólidos conhecimentos de Excel;
- Assertividade e dinamismo.

OFERTA:

- Contrato de Trabalho, a tempo inteiro, com duração prevista entre 3 a 6 meses;
- 700 euros ordenado base mais subsídio de almoço

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Segurança Vs Liberdade

Ontem saiu a noticia de que um deputado do PSD (se não me engano, Manuel Botas), comparou a ASAE à PIDE. O Luis Filipe Menezes foi mais politicamente correcto, limitando-se a uma comparação com o FBI.

“Entram pelas feiras, armados, a revistarem comerciantes que podem não estar a cumprir a lei mas não são gangsters”.

Realmente, metia dó ver aquelas pessoas que vendem produtos roubados ou ilegais, cujos rendimentos não são declarados à Segurança Social, verem os seus bens apreendidos e serem questionadas sobre a sua actividade. Afinal, nem um “Godfather” têm, será que o seu crime é assim tão doloso?

Não nego os excessos que, como qualquer instituição com alguma autoridade, a ASAE tenha cometido. Ou venha a cometer. E sem dúvida que estes devem ser combatidos e punidos de forma eficaz quando acontecem.

Agora, acho ridículas as críticas que a oposição e a população em geral fazem a uma instituição que, de melhor ou pior forma, fiscaliza e protege os direitos do consumidor. Os meus direitos.

Já me disseram que nestas coisas a minha mentalidade não se encaixa com a mentalidade portuguesa. Que tenho uma forma de pensar muito nórdica, “à alemã”. E nem sempre é um elogio. Mas acho, sem dúvida, que há casos onde não pode haver flexibilidade. Mantendo, claro, o respeito pelos direitos fundamentais dos visados.

Insurgem-se vozes contra o desrespeito à tradição. Ora, se a tradição implica comer de uma panela que não é lavada há 20 anos, não sei se tenho vontade que ela seja respeitada.

Daqui faço a ponte para o eterno binómio Segurança Vs. Liberdade. Considero-me uma pessoa politicamente voltada para a Esquerda, mas neste ponto encontro-me ligeiramente mais à Direita.

Não me incomodam as câmaras em bancos, caixas de Multibanco, transportes públicos ou supermercados. Não conto fazer nada nestes sítios que seja demasiado vergonhoso para ser filmado e visto por terceiros. Obviamente que há limites.

E não me incomoda saber que anda para aí uma ASAE, talvez excessivamente zelosa por vezes, a fiscalizar quem não cumpre as regras, seja porque estas impedem que se mantenha uma tradição, fazem ganhar menos dinheiro ou, simplesmente, chateiam e obrigam as pessoas a moderar o seu comportamento em sociedade.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Thank You

My tea's gone cold, I'm wondering why
I got out of bed at all
The morning rain clouds up my window
and I can't see at all
And even if I could it'd all be grey,
but your picture on my wall
It reminds me that it's not so bad,
it's not so bad

I drank too much last night, got bills to pay,
my head just feels in pain
I missed the bus and there'll be hell today,
I'm late for work again
And even if I'm there, they'll all imply
that I might not last the day
And then you call me and it's not so bad,
it's not so bad and

I want to thank you
for giving me the best day of my life
Oh just to be with you
is having the best day of my life

Push the door, I'm home at last
and I'm soaking through and through
Then you hand me a towel
and all I see is you
And even if my house falls down,
I wouldn't have a clue
Because you're near me and

I want to thank you
for giving me the best day of my life
Oh just to be with you
is having the best day of my life

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Breathing and rebooting

Janeiro: mês de fazer o balanço de mais um ano. Porque em Dezembro quem tem tempo? Os centros comerciais e jantares de Natal não são propícios a contemplações. Não sou muito dada a demandas filosóficas mas de vez em quando surge a necessidade de parar, analisar e ajustar as contas com a vida.

2007 foi para mim, oficialmente, o ano da entrada na vida adulta. Não por uma questão de idade, apesar dos 26 anos ditarem o fim do Cartão Jovem e de tudo o que ele simboliza. Na prática, vou pagar mais 1 euro no cinema. Sobrevivo. É a nível psicológico que faz mais mossa.

Não são os formulários que ditam que cresci. Nem a certidão de nascimento ou as velas no bolo a 12 de Agosto. São as decisões, as escolhas, os sacrifícios e prazeres, por vezes os acasos.

Foi um ano de escolhas. Algumas fáceis, a maioria tão difícil de gerir. Tentar o sonho uma ultima vez antes de enfrentar a realidade. Encostar o jornalismo a um canto e escolher um trabalho entediante mas com ordenado certo. Porque outros sonhos dependem disso.

Experimentar, conhecer. Acertar. Duas peças de teatro. Dois momentos de realização pessoal. Não dormir. Escolher o sonho sobre o sono. Depois, abandonar também esse caminho e procurar novo rumo. Se valeu a pena, só no final saberei dizer. De qualquer forma ele estará lá para o percorrer de novo. Do inicio se assim tiver de ser.

Conheci tantas pessoas que me preencheram a vida de tantas maneiras. Umas ficaram, outras não. Não sinto saudades de quem foi.

Caí umas vezes. Ferimentos que pareciam então fracturas expostas não passam afinal de arranhões que mal marcam a pele.

E nos entretantos das quedas, apareceste tu e mais nada importa desde que nos aguentemos de pé. Juntos.

Resoluções? Ser menos menina (ainda que não menos mimada). Aceitar as pequenas realidades que não vão de encontro à minha vontade. Amuar menos. Às vezes consigo, outras não. Paciência. Continuo a tentar.

Sentir-me crescida, adulta. Sentir-me mais segura e a vida mais equilibrada. Gosto. Mas também assusta. Pelo que posso ter perdido no processo. Pelo medo de perder o processo em si. E se amanhã tudo volta a ser como antes e tenho de começar de novo mais uma vez? Outra vez…



À Inês, que tem sentido
as mesmas dores de crescimento que eu

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Ano Novo... Lei Nova

Perante o frenesim dos últimos dias do ano de 2007 sobre o assunto, preferi ter uma atitude discreta em relação à proibição de fumar em espaços públicos. Decidi observar silenciosamente enquanto as pessoas discutiam o assunto no emprego, no comboio, no restaurante… e até no jantar de Natal lá em casa.

Preferi também esperar para ver no que é que isto ia dar. E ontem comecei a ver. E gostei do que vi.

Um dos argumentos, ou queixas, que mais ouvi por parte dos fumadores é de que se instaurou uma ditadura dos não-fumadores. Talvez seja verdade. De facto, até compreendo a importância de serem criadas salas próprias (bem fechadas!) para fumadores, evitando que sejam obrigados a estar ao frio ou à chuva para matar o vício.

No entanto, o que eles se esquecem de mencionar é que, até dia 31 de Dezembro de 2007 vivíamos nós, os não-fumadores, na “ditadura” deles. Porque se eu quisesse estar num espaço sem fumo e matar aquele vício estúpido que eu tenho que é a saúde, também era obrigada a estar à chuva e ao frio.

Acho importante que não se entre em fundamentalismos para nenhum dos lados. Agora que uma lei de protecção aos não-fumadores já fazia falta, é inegável.

E ontem pela primeira vez entrei num restaurante/bar sem me preocupar com o sítio onde me sentar para não ser incomodada. Pelo menos naquele sítio, a lei estava a ser cumprida, e bem.

E, ao contrário do que andaram para aí a ameaçar, o restaurante não estava vazio. Era quarta-feira à noite e a maioria das mesas estavam ocupadas, inclusivamente por fumadores que civilizadamente vinham cá para fora quando queriam fumar.

Tal como nós fizemos durante muitos anos, eles provavelmente chegarão à conclusão de que têm de se habituar às novas regras.