Janeiro: mês de fazer o balanço de mais um ano. Porque em Dezembro quem tem tempo? Os centros comerciais e jantares de Natal não são propícios a contemplações. Não sou muito dada a demandas filosóficas mas de vez em quando surge a necessidade de parar, analisar e ajustar as contas com a vida.
2007 foi para mim, oficialmente, o ano da entrada na vida adulta. Não por uma questão de idade, apesar dos 26 anos ditarem o fim do Cartão Jovem e de tudo o que ele simboliza. Na prática, vou pagar mais 1 euro no cinema. Sobrevivo. É a nível psicológico que faz mais mossa.
Não são os formulários que ditam que cresci. Nem a certidão de nascimento ou as velas no bolo a 12 de Agosto. São as decisões, as escolhas, os sacrifícios e prazeres, por vezes os acasos.
Foi um ano de escolhas. Algumas fáceis, a maioria tão difícil de gerir. Tentar o sonho uma ultima vez antes de enfrentar a realidade. Encostar o jornalismo a um canto e escolher um trabalho entediante mas com ordenado certo. Porque outros sonhos dependem disso.
Experimentar, conhecer. Acertar. Duas peças de teatro. Dois momentos de realização pessoal. Não dormir. Escolher o sonho sobre o sono. Depois, abandonar também esse caminho e procurar novo rumo. Se valeu a pena, só no final saberei dizer. De qualquer forma ele estará lá para o percorrer de novo. Do inicio se assim tiver de ser.
Conheci tantas pessoas que me preencheram a vida de tantas maneiras. Umas ficaram, outras não. Não sinto saudades de quem foi.
Caí umas vezes. Ferimentos que pareciam então fracturas expostas não passam afinal de arranhões que mal marcam a pele.
E nos entretantos das quedas, apareceste tu e mais nada importa desde que nos aguentemos de pé. Juntos.
Resoluções? Ser menos menina (ainda que não menos mimada). Aceitar as pequenas realidades que não vão de encontro à minha vontade. Amuar menos. Às vezes consigo, outras não. Paciência. Continuo a tentar.
Sentir-me crescida, adulta. Sentir-me mais segura e a vida mais equilibrada. Gosto. Mas também assusta. Pelo que posso ter perdido no processo. Pelo medo de perder o processo em si. E se amanhã tudo volta a ser como antes e tenho de começar de novo mais uma vez? Outra vez…
À Inês, que tem sentido
as mesmas dores de crescimento que eu
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2 comentários:
O teu melhor post até hoje. Está tudo dito. Os Barros quando se libertam das grilhetas do puramente racional e do exercicio da lógica, escrevem muito ao meu gosto. :-) Quanto ao conteúdo, acho que o simples facto de o reflectires desta maneira, significa mais um evento dessa maturidade e transição de que falas. Não é uma fase melhor nem pior do que as outras. Faço Votos para que retires o melhor possível dela. Luis
Tenho por certo, que algumas paixões, como a que sentes pelo jornalismo é um caminho com muitos cruzamentos e ainda hás-de voltar a ele. Escreves muito bem.
Bom ano!
CC
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