terça-feira, 1 de abril de 2008

O Meu Primeiro Autógrafo

No passado Domingo dei o meu primeiro (e provavelmente último) autógrafo :)

Um estudante que está a fazer um trabalho sobre Kakfa e que foi ver a peça para o ajudar na sua demanda pediu à produtora se podia ter um autógrafo de todo o elenco. Ora, como a Joana faz parte do elenco, também teve direito a assinar o livrinho do moço.

Da experiência, retirei algumas conclusões:

1. Tem o seu quê de engraçado, apesar de não ser nada do outro mundo
2. É mais giro que assinar as cartas que envio aos clientes no trabalho
3. Não criatividade nenhuma para dar autógrafos~



Posto isto, aproveito ainda para informar os interessados, que a Metamorfose parte agora para uma nova fase. De 9 a 13 de Abril poderão deslocar-se ao Teatro da Politécnica, caso queiram assistir a uma maravilhosa sessão de teatro, onde se destaca claramente a performance de Joana Barros no papel de Anna: a criada sarcástica.

segunda-feira, 31 de março de 2008

Mudanças

Aqui há uns anos, era eu ainda uma feliz e inocente estudante, foi editado um famosíssimo livro, intitulado “Quem Mexeu no Meu Queijo”. Eu, juntamente com todos os elementos da minha família, recebi um exemplar, oferecido pelo meu tio Carlos, que desempenha cargos de direcção em empresas há largos anos.

Na altura, enquanto estudante, penso não ter passado da décima página (coisa rara em mim deixar um livro ainda no seu começo. Em meu abono, há que dizer que o livro teria umas 60 páginas, pelo que em termos de percentagem nem ficou assim muito mal).

Simplesmente, o livro não me disse nada. Falava do mundo do trabalho e em como a mudança era a única coisa certa nesta vida. Enquanto estudante académica, que aguarda confortavelmente a época dos exames, pouco interesse tive na coisa.

Hoje tenho alguma vontade de tirar esse livro da prateleira e lê-lo, na esperança de retirar alguma coisa útil, que me ajude a sobreviver na selva.

No espaço de 5 meses, vou mudar de novo de chefe. E mais uma vez, o aviso foi dado com curta antecedência. Faz parte, não há nada a fazer, bem sei.

Mas não deixa de ser assustador e inquietante pensar que, daqui a 15 dias, terei de lidar novamente com uma pessoa nova no meu dia-a-dia. Uma pessoa que influência directamente o meu trabalho.

E os mais próximos bem sabem como foi difícil adaptar-me à mudança da última vez. Parece que é quando eu me começo a sentir confortável com a maneira de funcionar das pessoas, quando começo a conseguir apreciar as suas qualidades e minimizar os seus defeitos, que as coisas dão uma volta de 180 graus.

E é claro que não ajuda à ansiedade continuar nesta empresa, onde já estou praticamente desde Julho, com uma paragem em Setembro por interesse deles, em trabalho temporário.

Para além da insegurança deste tipo de contratos, perco regalias valiosas – o seguro de saúde pela empresa (minimizado por uma mãe médica com bons conhecimentos) e as férias.

Porque de acordo com a mentalidade desta empresa, um trabalhador temporário, mesmo que esteja em funções há quase um ano, não deve trabalhar como os outros porque não tem direito a férias.

Resta o consolo, que não é pequeno, de sempre que um chefe parte, elogiar bastante o meu trabalho e garantir que deixei uma boa impressão. Frequentemente, tentam até procurar algo melhor para mim.

Raras vezes a mudança é fácil. Umas vezes é para melhor, outras para pior.
Tenho pensado muito em como vai ser o meu futuro, com um novo chefe e sem direitos que considero fundamentais à actividade de qualquer trabalhador.

Ando a tentar que a mudança seja para melhor. Ter algo a que me agarrar. Não sei se vou conseguir.

Mas sei que a mudança está a chegar.

quarta-feira, 26 de março de 2008

A dúvida recorrente

Ontem deitei-me com uma dúvida recorrente na cabeça: e se aos 18 anos tivesse feito tudo diferente? Já com essa idade achava que somos “obrigados” a decidir cedo de mais o nosso futuro. Hoje em dia, tenho a certeza que se tivesse esperado, ou “perdido”, um ou dois anos, o resultado teria sido bem melhor.

Quando acabamos o secundário somos pressionados pela sociedade a não parar. “E agora?”, “Vais trabalhar ou vais para a Universidade?”. “Já sabes o que vais ser, o vais fazer com a tua vida?”.

Eu decidi jogar pelo seguro. Fiel ao meu medo do radical e a da incerteza, entrei para a universidade, para o curso de Relações Internacionais com a (ingénua) esperança de que este me ia abrir portas, não para uma carreira de sonho, mas para um emprego relativamente interessante.

Expectativas claramente goradas.

Claro que tenho dezenas de colegas que se vêem em situações idênticas à minha, que também tiraram um curso com fraquíssimas saídas profissionais (uns trabalham a recibo verde; outros trabalham em lojas; uma parte está desempregada; alguns estão como eu em funções claramente abaixo das suas capacidades e instrução). Toda a gente lê e vê as mesmas reportagens que eu, por isso não vale a pena explorar muito o assunto.


Somos sete cães a um osso e só assim se explica que, tendo tirado o curso que tirei, tendo-me especializado em jornalismo e tendo trabalhado em praticamente todo o tipo de “media” só seja chamada para entrevistas como secretária.

O problema não é falta de capacidades, bem sei, é falta de oportunidades.

Mas, ao contrário de alguns desses meus colegas, não lamento não ter seguido medicina, informática, gestão ou engenharia, os pequenos oásis no deserto profissional português.

Não lamento porque sei que não tenho vocação nenhuma para qualquer uma dessas profissões. Provavelmente nem passava do primeiro ano de faculdade e, caso se desse o milagre de me formar, seria uma terrível profissional.

Agora, há uma coisa que hei de sempre lamentar não ter tentado. Porque é que não tentei o maldito conservatório se não há nada que me dê mais prazer do que vestir outras peles?

Quis seguir o caminho seguro e agora estou aqui. Nunca saberei se acabaria uma actriz desempregada ou se teria o talento e sorte necessárias para fazer coisas realmente interessantes.

Nem sei se me habituaria ao modo de vida tão itinerante e incerto de um artista.

Vão-se os anéis, ficam os dedos…

Dentro de pouco tempo vou saber se continuo no emprego onde estou ou se vou ter de sair. Posso vir a ficar desempregada mas, caso fique, garanto que vou tentar vez tirar o maior proveito dessa situação. Vou tentar, nem que seja pela ultima vez, vingar finalmente numa área de que goste.

Caso não consiga, mais empregos como secretária hão de estar à minha espera.

segunda-feira, 24 de março de 2008

Wear Sunscreen*

* by Baz Luhrmann


Ladies and Gentlemen of the class of ’99
If I could offer you only one tip for the future, sunscreen would be
it.

The long term benefits of sunscreen have been proved by
scientists whereas the rest of my advice has no basis more reliable
than my own meandering experience…

I will dispense this advice now. Enjoy the power and beauty of your youth; oh nevermind; you will not understand the power and beauty of your youth until they have faded.

But trust me, in 20 years you’ll look back at photos of yourself and
recall in a way you can’t grasp now how much possibility lay before
you and how fabulous you really looked….You’re not as fat as you
imagine.

Don’t worry about the future; or worry, but know that worrying is as
effective as trying to solve an algebra equation by chewing
bubblegum. The real troubles in your life are apt to be things that
never crossed your worried mind; the kind that blindside you at 4pm
on some idle Tuesday.

Do one thing everyday that scares you.

Sing.

Don’t be reckless with other people’s hearts, don’t put up with
people who are reckless with yours.

Floss.

Don’t waste your time on jealousy; sometimes you’re ahead, sometimes
you’re behind…the race is long, and in the end, it’s only with
yourself.

Remember the compliments you receive, forget the insults; if you
succeed in doing this, tell me how. Keep your old love letters, throw away your old bank statements.

Stretch.

Don’t feel guilty if you don’t know what you want to do with your
life…the most interesting people I know didn’t know at 22 what they
wanted to do with their lives, some of the most interesting 40 year
olds I know still don’t.

Get plenty of calcium. Be kind to your knees, you’ll miss them when they’re gone.

Maybe you’ll marry, maybe you won’t, maybe you’ll have children,maybe
you won’t, maybe you’ll divorce at 40, maybe you’ll dance the funky
chicken on your 75th wedding anniversary…what ever you do, don’t
congratulate yourself too much or berate yourself either – your
choices are half chance, so are everybody else’s.

Enjoy your body, use it every way you can…don’t be afraid of it, or what other people think of it, it’s the greatest instrument you’ll ever
own..

Dance…even if you have nowhere to do it but in your own living room.

Read the directions, even if you don’t follow them.

Do NOT read beauty magazines, they will only make you feel ugly.

Get to know your parents, you never know when they’ll be gone for
good. Be nice to your siblings; they are the best link to your past and the
people most likely to stick with you in the future. Understand that friends come and go,but for the precious few you
should hold on.

Work hard to bridge the gaps in geography and
lifestyle because the older you get, the more you need the people you
knew when you were young.

Live in New York City once, but leave before it makes you hard; live
in Northern California once, but leave before it makes you soft.

Travel.

Accept certain inalienable truths, prices will rise, politicians will
philander, you too will get old, and when you do you’ll fantasize
that when you were young prices were reasonable, politicians were
noble and children respected their elders.

Respect your elders.

Don’t expect anyone else to support you.

Maybe you have a trust fund,
maybe you have a wealthy spouse; but you never know when either one
might run out.

Don’t mess too much with your hair, or by the time you're 40, it will
look 85. Be careful whose advice you buy, but, be patient with those who
supply it.

Advice is a form of nostalgia, dispensing it is a way of
fishing the past from the disposal, wiping it off, painting over the
ugly parts and recycling it for more than
it’s worth.

But trust me on the sunscreen…

quarta-feira, 19 de março de 2008

E já agora...

Conselho do dia:

"Evita argumentar com um Barros"

Os signos e .... Socorro!

Às vezes dou por mim, em conversas de circunstância, a dizer:

"És balança? A minha mãe também."

Ou coisas muito piores, como:

"pois, ele é leão, não me dou bem com pessoas do mesmo signo que eu".

Não, Não... eu não acredito nestas coisas dos signos!

Cepticismo, volta!

Ou será que simplesmente comecei a preocupar-me, assim de repente, em não ferir as susceptibilidades de quem acredita?

quarta-feira, 12 de março de 2008

Eu Vou Comprar

"Vitalino Canas, o provedor do trabalhador temporário, prepara-se para lançar um livro destinado a apoiar os trabalhadores que recorrem a este sistema de emprego. Os direitos e cuidados que um profissional temporário deve ter, as recomendações do provedor e uma compilação de endereços úteis para quem sobrevive trabalhando temporariamente compõem o livro ‘Direitos do Trabalhador Temporário', editado pela Associação Portuguesa das Empresas do Sector Privado de Emprego (APESPE).

“As condições do mercado e da economia têm conduzido a que cada vez haja mais trabalhadores temporários, tanto em Portugal como no estrangeiro”, argumenta Vitalino Canas, reforçando a ideia de que “este é um sector muito importante que gera riqueza, cria emprego e constitui uma porta de entrada ou re-entrada no mercado de trabalho para muita gente”. Razão pela qual o provedor considera importante reforçar os direitos e as garantias dos trabalhadores temporários e regulação do sector.

É neste âmbito que é lançada a 10 de Março, no Centro Cultural de Belém, esta compilação de direitos, mas também de deveres, em conformidade com as normas consignadas na Lei do Trabalho Temporário e no Código do Trabalho. Para o presidente da APESPE (entidade que edita o livro), Marcelino Pena Costa, a edição desta obra reveste-se de particular importância, “assim como a criação da figura do provedor do Trabalhador Temporário, visto que há muito que ensaiamos modelos de auto-regulação, umas vezes com sucesso, outras com menos sucesso”.

De salientar que as recomendações do provedor são obrigatórias para as empresas de trabalho temporário aderentes (e que têm por isso um certificado de qualidade). Para as demais entidades, Vitalino Canas realça: “as recomendações não são obrigatórias, mas o provedor utilizará todos os meios de persuasão ao seu dispor para as convencer a seguir as suas recomendações, particularmente aquelas que visam garantir os direitos dos trabalhadores temporários”.

O provedor exerce as suas funções com base nas queixas apresentadas, por escrito, pelos trabalhadores temporários, no prazo máximo de 20 dias após a ocorrência do facto. As recomendações do provedor são emitidas em 30 dias, depois de uma apreciação preliminar da queixa. Todas as recomendações são comunicadas à empresa de trabalho temporário e ao queixoso e delas pode ser dado conhecimento a qualquer entidade pública inspectiva, ou outra que se mostre relevante para o acompanhamento e solução do problema. Uma actuação que procura minimizar os casos de fraude e incumprimento legal associados ao trabalho temporário e garantir o cumprimento dos direitos dos trabalhadores que agora têm acesso a mais informação."

In clix.expressoemprego.pt

Ressaca de Um Dia Mau

Hoje vou ser desumana.
Não, não quero saber se te enganaram quando perguntaste se era aquele o autocarro.
E tu, podes esperar no cruzamento que quem tem prioridade sou eu. Não estou para te dar passagem.

Hoje vou abandonar a minha habitual boa educação, que sempre vai equilibrando o mau feitio. Hoje vou ser como o resto dos carneiros: cinzenta, fria, mal educada, bruta. Sem um sorriso para ninguém.

Saio todos os dias de um trabalho que não gosto, num ramo que não me atrai. Para alguns, parece que o meu trabalho nunca está bem feito por mais que me esforce. E parece que não interessa que nem sempre as informações me cheguem correctas. O que lhes interessa é que a ralé, o fundo da cadeia alimentar, faça tudo o que eles não querem fazer.

Saio com dores de cabeça e com o ego ferido. Com a raiva activada por anos de estudo e de luta que foram pelo cano abaixo. Com a esperança derrotada por ver que não há uma saída. E vou tentando não transferir a minha raiva para o Zé Ninguém cinzentão à minha frente que sofre dos mesmos problemas que eu.

Mas hoje não quero saber. Não vou representar. Não vou sorrir. Quero enfiar-me em casa e estupidificar-me em frente à televisão. Se bem que me falte a paciência para a modelo nos Morangos com Açúcar que lamenta a morte do pai com tanto sofrimento como quem perdeu a caneta Bic.

O namorado não está. A mãe também não. Talvez seja melhor assim. Escusam de testemunhar mais uma crise de confiança num futuro que não parece melhor que isto. Servem-me os cães de companhia e eles ao menos não percebem as palavras feias começadas por M e F e P e C.

Ás vezes invejo a ignorância e inocência deles. Até a própria estupidez inata. Abrem a boca e parece que riem e não lhes interessa que amanhã ainda seja quarta feira.

Não gosto das 9h. Estou farta de contar os minutos para as 18h.

Há dias em que gostava de ter menos ambição. Acomodar-me. Pelo menos talvez então o peso da angustia deixasse de me oprimir o peito e eu pudesse apreciar melhor as coisas simples da vida…

terça-feira, 11 de março de 2008

Quero Viver Em Ti

Quero.

E é isto.

segunda-feira, 3 de março de 2008

Requiem for a dream?

They’ve clipped my wings. They do it every day. I am drowning in a tide of paper, stamp ink and grey men and women. They hate themselves. Do I?

I just want to fly for a while. While I can. While I can take the fall.
Can I?

Will you all be there do help me? Will you accept it and repair my broken bones and damaged feathers? Yes, all of you who say you love me for who I am and not for what I do.

Should society tame me and tame my freedom? Can I tame it back?

These are the years. I am still young… but oh so old!

Will I regret it all when I turn eighty-three?


Am I living or just singing requiem for a dream?

sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

A dor do caminho

O caminho já vai longo e doem-me os pés.
Talvez ajudasse ter calçado algo mais confortável hoje...

A meta está longe. Nem sei se a quero alcançar por este caminho.
Dói-me a mente e o corpo. Lateja a cabeça. Falta-me o descanso merecido.

Durmo tão melhor quando estou contigo…

Mais Dois...

A minha carreira de actriz está fulgurante.

Eis que superei com sucesso mais um casting. Em breve poderão ver-me a fazer uma figurinha qualquer num anuncio de uma bebida energética.

Mais umas semaninhas e podem contar com W - a sequela, pois filmei uma continuação do anuncio.

Era isto continuar assim e deixava de trabalhar como secretária. Isso é que era!

Divirtam-se com as minhas figuras :)

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Uma declaração simples

E se ao menos tudo fosse igual a ti...

Obrigada por existires

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Andam a brincar com quem estudou?

Na minha constante demanda por um futuro melhor, deparei com um anúncio de emprego que tenho de partilhar para melhor explicar a quem (felizmente) não passa por isto como estão as coisas em Portugal. E a frustração que é deparar com este estado de coisas.

Aparentemente, esta empresa acha que as pessoas que andaram 4 ou 5 anos a estudar para Comunicação Social ou em Ciências Sociais servem para fazer telefonemas.

Ainda para mais, assiste-se, mais uma vez, ao camuflar de uma função de m****a com um nome pomposo.

E o mais irónico é que, para a minha geração, o ordenado até nem é mau de todo.

Roça o vergonhoso.




ASSISTENTE CORPORATE

MISSÃO:

- Contactar clientes e confirmar dados que constam de uma base de dados em Excel.

PRINCIPAIS TAREFAS/ RESPONSABILIDADES:

- Confirmar e corrigir informação das bases de dados de clientes e prospects empresariais.

REQUISITOS:

- Formação superior em Comunicação, Ciências Sociais ou áreas similares;
- Experiência profissional em telemarketing ou experiência em funções que exigiam o contacto com Clientes;
- Sólidos conhecimentos de Excel;
- Assertividade e dinamismo.

OFERTA:

- Contrato de Trabalho, a tempo inteiro, com duração prevista entre 3 a 6 meses;
- 700 euros ordenado base mais subsídio de almoço

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Segurança Vs Liberdade

Ontem saiu a noticia de que um deputado do PSD (se não me engano, Manuel Botas), comparou a ASAE à PIDE. O Luis Filipe Menezes foi mais politicamente correcto, limitando-se a uma comparação com o FBI.

“Entram pelas feiras, armados, a revistarem comerciantes que podem não estar a cumprir a lei mas não são gangsters”.

Realmente, metia dó ver aquelas pessoas que vendem produtos roubados ou ilegais, cujos rendimentos não são declarados à Segurança Social, verem os seus bens apreendidos e serem questionadas sobre a sua actividade. Afinal, nem um “Godfather” têm, será que o seu crime é assim tão doloso?

Não nego os excessos que, como qualquer instituição com alguma autoridade, a ASAE tenha cometido. Ou venha a cometer. E sem dúvida que estes devem ser combatidos e punidos de forma eficaz quando acontecem.

Agora, acho ridículas as críticas que a oposição e a população em geral fazem a uma instituição que, de melhor ou pior forma, fiscaliza e protege os direitos do consumidor. Os meus direitos.

Já me disseram que nestas coisas a minha mentalidade não se encaixa com a mentalidade portuguesa. Que tenho uma forma de pensar muito nórdica, “à alemã”. E nem sempre é um elogio. Mas acho, sem dúvida, que há casos onde não pode haver flexibilidade. Mantendo, claro, o respeito pelos direitos fundamentais dos visados.

Insurgem-se vozes contra o desrespeito à tradição. Ora, se a tradição implica comer de uma panela que não é lavada há 20 anos, não sei se tenho vontade que ela seja respeitada.

Daqui faço a ponte para o eterno binómio Segurança Vs. Liberdade. Considero-me uma pessoa politicamente voltada para a Esquerda, mas neste ponto encontro-me ligeiramente mais à Direita.

Não me incomodam as câmaras em bancos, caixas de Multibanco, transportes públicos ou supermercados. Não conto fazer nada nestes sítios que seja demasiado vergonhoso para ser filmado e visto por terceiros. Obviamente que há limites.

E não me incomoda saber que anda para aí uma ASAE, talvez excessivamente zelosa por vezes, a fiscalizar quem não cumpre as regras, seja porque estas impedem que se mantenha uma tradição, fazem ganhar menos dinheiro ou, simplesmente, chateiam e obrigam as pessoas a moderar o seu comportamento em sociedade.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Thank You

My tea's gone cold, I'm wondering why
I got out of bed at all
The morning rain clouds up my window
and I can't see at all
And even if I could it'd all be grey,
but your picture on my wall
It reminds me that it's not so bad,
it's not so bad

I drank too much last night, got bills to pay,
my head just feels in pain
I missed the bus and there'll be hell today,
I'm late for work again
And even if I'm there, they'll all imply
that I might not last the day
And then you call me and it's not so bad,
it's not so bad and

I want to thank you
for giving me the best day of my life
Oh just to be with you
is having the best day of my life

Push the door, I'm home at last
and I'm soaking through and through
Then you hand me a towel
and all I see is you
And even if my house falls down,
I wouldn't have a clue
Because you're near me and

I want to thank you
for giving me the best day of my life
Oh just to be with you
is having the best day of my life

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Breathing and rebooting

Janeiro: mês de fazer o balanço de mais um ano. Porque em Dezembro quem tem tempo? Os centros comerciais e jantares de Natal não são propícios a contemplações. Não sou muito dada a demandas filosóficas mas de vez em quando surge a necessidade de parar, analisar e ajustar as contas com a vida.

2007 foi para mim, oficialmente, o ano da entrada na vida adulta. Não por uma questão de idade, apesar dos 26 anos ditarem o fim do Cartão Jovem e de tudo o que ele simboliza. Na prática, vou pagar mais 1 euro no cinema. Sobrevivo. É a nível psicológico que faz mais mossa.

Não são os formulários que ditam que cresci. Nem a certidão de nascimento ou as velas no bolo a 12 de Agosto. São as decisões, as escolhas, os sacrifícios e prazeres, por vezes os acasos.

Foi um ano de escolhas. Algumas fáceis, a maioria tão difícil de gerir. Tentar o sonho uma ultima vez antes de enfrentar a realidade. Encostar o jornalismo a um canto e escolher um trabalho entediante mas com ordenado certo. Porque outros sonhos dependem disso.

Experimentar, conhecer. Acertar. Duas peças de teatro. Dois momentos de realização pessoal. Não dormir. Escolher o sonho sobre o sono. Depois, abandonar também esse caminho e procurar novo rumo. Se valeu a pena, só no final saberei dizer. De qualquer forma ele estará lá para o percorrer de novo. Do inicio se assim tiver de ser.

Conheci tantas pessoas que me preencheram a vida de tantas maneiras. Umas ficaram, outras não. Não sinto saudades de quem foi.

Caí umas vezes. Ferimentos que pareciam então fracturas expostas não passam afinal de arranhões que mal marcam a pele.

E nos entretantos das quedas, apareceste tu e mais nada importa desde que nos aguentemos de pé. Juntos.

Resoluções? Ser menos menina (ainda que não menos mimada). Aceitar as pequenas realidades que não vão de encontro à minha vontade. Amuar menos. Às vezes consigo, outras não. Paciência. Continuo a tentar.

Sentir-me crescida, adulta. Sentir-me mais segura e a vida mais equilibrada. Gosto. Mas também assusta. Pelo que posso ter perdido no processo. Pelo medo de perder o processo em si. E se amanhã tudo volta a ser como antes e tenho de começar de novo mais uma vez? Outra vez…



À Inês, que tem sentido
as mesmas dores de crescimento que eu

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Ano Novo... Lei Nova

Perante o frenesim dos últimos dias do ano de 2007 sobre o assunto, preferi ter uma atitude discreta em relação à proibição de fumar em espaços públicos. Decidi observar silenciosamente enquanto as pessoas discutiam o assunto no emprego, no comboio, no restaurante… e até no jantar de Natal lá em casa.

Preferi também esperar para ver no que é que isto ia dar. E ontem comecei a ver. E gostei do que vi.

Um dos argumentos, ou queixas, que mais ouvi por parte dos fumadores é de que se instaurou uma ditadura dos não-fumadores. Talvez seja verdade. De facto, até compreendo a importância de serem criadas salas próprias (bem fechadas!) para fumadores, evitando que sejam obrigados a estar ao frio ou à chuva para matar o vício.

No entanto, o que eles se esquecem de mencionar é que, até dia 31 de Dezembro de 2007 vivíamos nós, os não-fumadores, na “ditadura” deles. Porque se eu quisesse estar num espaço sem fumo e matar aquele vício estúpido que eu tenho que é a saúde, também era obrigada a estar à chuva e ao frio.

Acho importante que não se entre em fundamentalismos para nenhum dos lados. Agora que uma lei de protecção aos não-fumadores já fazia falta, é inegável.

E ontem pela primeira vez entrei num restaurante/bar sem me preocupar com o sítio onde me sentar para não ser incomodada. Pelo menos naquele sítio, a lei estava a ser cumprida, e bem.

E, ao contrário do que andaram para aí a ameaçar, o restaurante não estava vazio. Era quarta-feira à noite e a maioria das mesas estavam ocupadas, inclusivamente por fumadores que civilizadamente vinham cá para fora quando queriam fumar.

Tal como nós fizemos durante muitos anos, eles provavelmente chegarão à conclusão de que têm de se habituar às novas regras.