quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Os "meias horas"

Na minha viagem de metro até ao trabalho, por entre a pisadela do jovem à minha esquerda e a cotovelada da senhora à minha direita, consegui observar o que me rodeava.

E calculei que talvez 50% das pessoas (pelo menos das que conseguiram um lugar sentado no meio da selva que é o metro às 8h30) estavam a ler jornais “meias horas”. Ou seja, os controversos jornais gratuitos.

Recentemente, li uma forte crítica na Única a este tipo de jornais. O jornalista que escreveu o artigo fez uma análise geral ao número infinito de jornais gratuitos que existem nos nossos dias, tendo dado nota positiva apenas ao Global.

Frequentemente, formadores de jornalismo ou editores meus referem-se a estes “pasquins” de forma bastante depreciativa. Por terem uma informação demasiado reduzida, por serem cópias da Agência Lusa, por se cingirem demasiado a uma cidade (Lisboa), por roubarem clientela aos jornais “a sério”.

Não concordo com eles.

Afinal, hoje dezenas de pessoas estavam a ler o jornal no metro. Podia não ser a informação mais avançada, a mais completa, a mais bem escrita. Mas as pessoas estavam, de facto, a ler o que se passava no país e no Mundo (sim, alguns deles estariam só a ler a secção de desporto, admito).

E não acredito que todos os leitores que compravam o Público, o Expresso ou o Diário de Notícias o tenham deixado de o fazer por um Metro ou um Destak.

Talvez seja ingénuo da minha parte mas, ao contrário da ideia generalizada (pelo menos no meio do jornalismo), acredito que os novos jornais gratuitos não pioraram o nível de informação que chega ao público português. Antes, estenderam-na (de forma algo deficiente, não digo que não) a um sector da população que antes não a consumia.

3 comentários:

Anónimo disse...

Partilho da tua opinião, pois penso que quem anteriormente comprava o Público ou o Diário de Notícias não vai deixar de o fazer pelo facto de, agora, existir distribuição gratuita de “jornais” tipo “Destak”, “Meia Hora”, “Global” ou “Metro” (estes são os que eu conheço). Efectivamente vê-se muita gente a ler este tipo de jornais todas as manhãs no comboio e no metro, pessoas que, aparentemente e provavelmente, não tinham antes o hábito de ler as notícias diariamente.
No entanto, é engraçado observar este fenómeno na perspectiva da gratuidade dos jornais. Muitas são que as vezes as pessoas se apressam (correm mesmo) a ir tirar o jornal da “caixa”, sob pena de perderem o comboio que já se encontra na plataforma de embarque. Se é grátis tenho que levar, nem que perca o comboio! :)

Anónimo disse...

Eu destaco outro factor positivo: a leitura. Num país que contínua a ser iletrado, com poucos hábitos de leitura, ter a oportunidade ler gratuitamente, mesmo um pasquim que seja, é positivo. Nunca uma campanha a favor da leitura, de qualquer entidade, teve tanto sucesso como este novo negócio. Tive a felicidade de assistir ao boom da web e na altura também se dizia que o jornalismo na net era rasca. Foi um novo canal. Acho que este apareceu e veio para ficar. Luis

Anónimo disse...

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